quinta-feira, 3 de junho de 2010

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO



30/05/2010 19:00Júlio César Di Giorigo comenta: Prezado Mauriti M।C. Junior.Gostei muito da explicação e realmente era isso que eu esperava. Quando orientamos nossos alunos a fazer 3 séries de 15 repetições estamos tratando do sistema glicolítico lático? E quando trabalhamos força e orientamos a fazer 3 x 6 ou 8 estamos no ATP-CP? Acho que era isso que eu gostaria de relacionar.Agradeço deste já sua orientação e muito obrigado pela atenção.
Olá desculpe pela demora na resposta।Depende do tempo que seu aluno leva para realizar a série vejamos:Nos primeiros 10 a 15 segundos estamos no sistema ATP-CP। Dos 15 até 45 segundos sistema Glicolítico lático e após começamos a entra no sistema aeróbio। Como citado anteriormente, temos a predominância de um determinado sistema.Nos dois casos que você citou, se o seu aluno realizar cada repetiçâo com média de duração de 3 segundos, 15 x 3 = 45 segundos e 6 x 3 = 18 segundos. Inicia no ATP-CP e termina em ambos no anaeróbio lático.Segue mais alguns dados:A forma de energia química utilizável pelas fibras musculares durante as atividades físicas é o ATP; sendo este o componente básico para a contração muscular.Em condições ideais de trabalho mecânico, os músculos são capazes de transformar 25% da energia mobilizada em trabalho e os 75% restantes são dissipados na forma de calor. São três as vias de transformação da energia química estocada para utilização pelo trabalho muscular:1 – Reservas do sistema ATP – CP2 – Glicólise (Metabolismo anaeróbico)3 – Metabolismo oxidativo (Metabolismo aeróbico)
Sistema ATP – CP (anaeróbico alático)
Ao iniciar um exercício, o organismo primeiramente lança mão da energia mais prontamente disponível, que provém do ATP – CP ou sistema adenosina trifosfato – fosfocreatina. Essa fonte energética, embora bastante limitada, não é dependente da presença do oxigênio e nem produz lactato e, portanto, é denominada via anaeróbica alática.Como referido acima, o estoque de ATP – CP disponível está limitado, sendo que a quantidade celular disponível de ATP é de aproximadamente 2,43 mmol/100g de tecido seco, o que permite que uma atividade de alta intensidade dure apenas 2 segundos às custas desse substrato. Entra então em ação a fosfocretatina (CP) (disponível em torno de 6,78 mmol/kg de tecido seco) que é consumida em aproximadamente 0,10 segundo de exercício.Nesse mecanismo, é ativada a enzima responsável pela “quebra” da fosfocreatina, trata-se da creatinafosfoquinase (CPK). Essa “quebra” é responsável pela liberação da energia utilizada na ressíntese do ATP que serviu de substrato energético para a atividade. Por isso a disponibilidade de fosfocreatina é muito importante nas atividades anaeróbicas aláticas, ou seja, atividades que demandem energia rapidamente e com curta duração, como é o caso das corridas de 100 metros rasos, o levantamento de pesos e salto em altura, entre outras.Entre as características desse sistema, destacamos: alta potência, e baixa capacidade, o que quer dizer que ocorre liberação de grande quantidade de energia em um curto espaço de tempo, com baixa quantidade total de trabalho em duração prolongada।
Metabolismo glicolítico (anaeróbico lático)
Nessa via metabólica, ocorre liberação de energia para o trabalho muscular a partir da quebra do glicogênio estocado, passando a liberar a glicose-6-fosfato para ser utilizada como substrato energético.A enzima responsável por essa quebra é a fosfofrutoquinase, que está envolvida em uma série de reações responsáveis pela produção de ácido pirúvico.Em condições de reduzidas taxas de oxigênio disponível no músculo, esse ácido pirúvico será metabolizado formando duas unidades de ATP e ácido lático, sendo esta via conhecida como anaeróbica lática, por ser realizada em situações de baixos teores de oxigênio e pela formação de lactato.Este sistema opera predominante até aproximadamente 30 a 40 segundos de exercício intenso, sendo sua contribuição fundamental para eventos como corridas de 400m ou provas de 100m nos diferentes estilos de natação।Comparado ao sistema ATP – CP, o processo glicolítico é de menor potência e de maior capacidade।Sistema oxidativo (Metabolismo aeróbico)Já na presença de oxigênio, o ácido pirúvico formado pela glicose vai até Acetil-coenzima A, que por meio das etapas do ciclo de Krebs, ou do ácido cítrico, dará origem a 38 moléculas de ATP, água e gás carbônico. Por utilizar oxigênio, esta via é denominada aeróbica (ou metabolismo aeróbico).Esse sistema é de capacidade ilimitada e, em termos de potência, produz 18 vezes mais ATP que o sistema anaeróbico lático, antes comentado.Em condições de repouso, o organismo exige um certo nível de consumo de oxigênio para manter suas reações vitais que poderiam ser chamadas de nível x. Iniciada uma atividade física qualquer, como, por exemplo, subir e descer um degrau, as necessidades do organismo aumentam, exigindo um nível de oxigênio maior, que poderia ser chamado de nível Y. No entanto, entre o início do exercício até o momento em que se atinge o consumo de oxigênio (VO2) de nível Y, decorre um intervalo de 3 a 5 minutos em que o organismo contrai uma dívida de oxigênio denominada déficit de oxigênio.Terminado o exercício, as necessidades energéticas do organismo voltam praticamente ao nível de repouso, mas, o organismo mantém índices metabólicos superiores necessários para que pague aquela dívida (déficit em O2) contraída, fase esta chamada também de “Débito de oxigênio”. O Débito de oxigênio é, no entanto, maior que o déficit, uma vez que nesta fase de recuperação o organismo ainda deve arcar com a energia para ventilação e para eliminação de calor, entre outros fatores.Então, quando um atleta está envolvido em uma atividade física de curtíssima duração, como corridas de 50 a 100m, tem como fonte principal de energia o sistema ATP-CP ou o metabolismo anaeróbico alático. Já em provas curtas como corridas de 250 a 300m, com duração aproximada de 40 segundos, a energia produzida é função principalmente do sistema do ácido lático. Já nas competições que possuem uma duração superior a 3 minutos, como as maratonas e corridas de fundo, a energia provém principalmente do sistema aeróbico।
Alático Fosfocreatina Limitada 0-10 segundos– corridas de 50 – 100m- Natação 25m- Saltos em altura- Levantamento e arremesso de peso, डिस्को
Sistema Lático Glicogênio 20 – 90 segundos- Corridas de 100, 400, 800m-
AeróbicoSistema oxidativo Glicogênio; Lipídeos A partir de 3 minutos- maratona- corridas de fundo- eventos de longa

Os dados citados são dos autores:Victor K. R. Matsudo, Glaucia F. Braggion, Sandra M. M. Matsudo, Timóteo L. Araújo

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