quinta-feira, 15 de abril de 2010

COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA – Posicionamento Oficial


EFEITOS ADVERSOS I PARTE
Os anabólicos esteróides androgênicos são associados a muitos efeitos adversos ou indesejados realizados em laboratório e tratamentos terapêuticos. Os efeitos que apresentam maior preocupação são aqueles observados no fígado, sistema cardiovascular, reprodutivo e na característica psicológica de indivíduos que utilizam anabólicos esteróides androgênicos.
Efeitos adversos no fígado. Impedimento da função excretora do fígado, resulta em icterícia, que tem sido associada ao uso de anabólicos esteróides androgênicos em um número grande de ações terapêuticas (76,84,90). A possível natureza da causa-efeito dessa associação é reforçada pela observação da redução da icterícia após a descontinuidade da droga (76,84). Em estudos que envolveram atletas que utilizaram anabólicos esteróides androgênicos (65 atletas testados) (89,98,104) nenhuma evidência de colestase foi observada.
Alterações estruturais no fígado seguidos pelo tratamento de anabólico esteróides são apresentados em estudo em animais (95,101) e em humanos (73,86).
Conclusões clínicas significativamente preocupantes dessas alterações em curtos e longos prazos não foram desenhadas. Investigação dessas alterações em atletas não foram realizadas, mas não existe razão para acreditar que atletas que usem anabólico esteróides androgênicos estejam imune dos efeitos da droga.
A mais séria complicação hepática associada ao uso de esteróides androgênicos
é a peliose hepática (cistos hemorrágicos no fígado de etiologia desconhecida) e tumor hepático. Casos de peliose hepática foram mostrados em indivíduos submetidos ao tratamento com anabólico esteróide androgênico por várias condições (7- 10,13,35,65,66,70,88,102). A ruptura das cavidades ou falência hepática é resultado das condições iniciais do fígado, sendo fatal para alguns indivíduos (9,70,102). Em outros casos estudados, a condição foi encontrada pela técnica da autopsia ocasional (8,10,66). A possível relação da natureza de causa-efeito entre a peliose hepática e uso em grandes doses dos anabólicos esteróides androgênicos foi observada em alguns casos pela melhora da condição hepática após a interrupção do efeito terapêutico da droga (7,35). Não existem relatos desta condição em atletas que utilizaram anabólicos esteróides androgênicos, mesmo porque investigações específicas para essa desordem não foram realizadas em atletas.
Tumores hepáticos têm sido associados ao uso de anabólicos esteróides androgênicos em indivíduos que receberam essas drogas como parte da estratégia de tratamento (28,29,49,67,69,99,115,). Esses tumores são geralmente benignos
(29,67,69,115), mas existem lesões malignas associadas ao uso dessas drogas
(28,99,115). A possível natureza da relação de causa-efeito da associação entre o uso da droga e desenvolvimento do tumor, é fortalecido pelo relato da regressão do tumor após interrupção do tratamento com a droga (49). A composição da 17-alfa-alquilato é específica da família de anabólicos esteróides relacionados ao desenvolvimento de tumores hepáticos (46,49). Existe um estudo de caso de um fisiculturista de 26 anos que foi a óbito por câncer hepático após uso abusivo de uma variedade de anabólicos esteróides por 4 anos (75). Os testes necessários para descobrir esses tumores não são normalmente realizados, e é possível que outros tumores estejam associados ao uso de esteróides em atletas que ainda não foram detectados.
Testes sanguíneos da função hepática mostraram-se inalterados com o uso de
anabólicos esteróides em alguns estudos de treinamento (31,41,54,94) e anormal em outros estudos de treinamento (32,51) e em testes realizados em atletas que
sabidamente utilizaram anabólicos esteróides androgênicos (54,89,104). Entretanto, as lesões por peliose hepática e tumores de fígado nem sempre resultam em anormalidades em testes sanguíneos (8,28,29,49,67,115) e alguns autores afirmam que o diagnóstico por varredura por radioisótopo, ultra-som ou tomografia computadorizada do fígado é necessário (28,29,113).
Em resumo, testes têm mostrado que a função hepática é adversamente afetada
pelo uso de anabólicos esteróides androgênicos, especialmente pela composição do 17-alfa-alquilato. Conseqüências dessas alterações em curto e longo prazos, em função do potencial degenerativo, deve ser ainda apresentado em atletas que utilizaram essas drogas.

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